três configurações incomuns para turbinas eólicas

As configurações incomuns ou não convencionais de turbinas eólicas são aquelas que se diferenciam das configurações usualmente especificadas em fazendas eólicas. A configuração mais comum é aquela em que uma turbina composta por uma nacele e um rotor usualmente com três pás é colocada no alto de uma torre. Essa configuração vem atingindo dimensões surpreendentes, com mais de 200 metros de altura, com pás com mais de 150 metros de diâmetro.

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O panorama atual de pressão sobre os recursos primários por mais suprimentos de energia e por suprimentos com maior qualidade leva a uma oferta de configurações, para permitir a obtenção de suprimentos de energia em locais ou em circunstâncias ainda não aproveitados. Desse modo, surgem configurações como as que aparecem abaixo, de uma turbina com dois eixos em contra rotação, de uma turbina com eixo vertical para postes de iluminação ou de uma turbina para uso em rodovias.

Turbinas com dois rotores em contra rotação (como aparece na figura à equerda) podem resultar em redução de esforços no topo da torre de sustentação da turbina, podendo levar também a um melhor aproveitamento de energia disponível no fluxo de ar em torno da turbina. Entretanto, as pás dos rotores representam parte importante dos custos da turbina e o dobro de rotores elevará substancialmente o custo final.

É claro que as pás representam uma parcela importante dos custos das turbinas eólicas. Turbinas com rotores em contra rotação representariam custos bem mais elevados. A adoção desse tipo de equipamento deveria ser justificado por algum motivo específico. Entretanto, a maior diversificação das matrizes energéticas elevam a demanda por diferentes equipamentos e esse tipo específico de turbina poderá em breve estar adequado a algum nicho específico.

Turbinas com eixo vertical, como a que aparece na figura à direita, podem ser adaptadas no topo de torres de iluminação e contribuir em circunstâncias onde o suprimento de energia pode exigir custos muito elevados. É comum nessas circunstâncias a operação em conjunto com módulos fotovoltaicos e também com dispositivos para armazenamento de energia.

Em linhas de distribuição de energia para iluminação, o suprimento de energia ao longo da linha pode contribuir decisivamente para a estabilidade e a qualidade dos serviços prestados. Nesse sentido, é comum buscar alternativas técnica e economicamente viáveis, como a associação entre energia fotovoltaica e energia eólica. Em muitos casos, é possível mesmo fornecer localmente a energia necessária, sem necessidade de conexão ao sistema energético.

Turbinas com eixo horizontal como as que aparecem na figura abaixo à esquerda podem ser aplicadas sobre as pistas de grandes rodovias. Mas, claro, não para aproveitar o deslocamento das massas de ar provocado pelo movimento dos automóveis que compõem o tráfego dessa rodovia. Essas turbinas estão disponíveis, sim, para rodovias situadas em locais com notável potencial eólico.

Uma região onde tipicamente existe grande potencial eólico em região próxima a uma grande rodovia é no litoral norte do Rio Grande do Sul, onde já encontram-se instaladas grandes fazendas eolicas. Essa região pode ser localizada no Google Maps em goo.gl/maps/88jGHCqw6v6MubhW9.

Os recursos renováveis se prestam melhor a um aproveitamento distribuído. Os recursos disponíveis são bastante variados e apresentam caracteristicas muito específicas, exigindo muitas vezes soluções customizadas. Desse modo, é importante que existam muitas opções disponíveis para seu aproveitamento e é importante também que essas opções atinjam maturidades técnica e ecnômica. É nesse panorama que se inserem essas concepções pouco usuais para turbinas eólicas, entre outras soluções disoníveis no mercado e mesmo ainda em pranchetas e em projetos de pesquisa mundo afora.

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Este texto também foi publicado (parcialmente) pela seção dedicada à tecnologia do blogue português Obvious Magazine como três configurações incomuns para turbinas eólicas.