A barragem de Laranjeiras foi construída nos anos 60 para gerar energia elétrica, mas o projeto não foi finalizado, tendo sido transformado em uma atração turística, utilizada para a prática do rafting. A figura abaixo mostra a região da barragem, localizada na cidade de Canela, no Estado do Rio Grande do Sul, localizada em 29˚22’0″ Sul e 50˚39’30” Oeste. O projeto perdeu sua viabilidade, originalmente projetada para uma potência de 7 MW, devido às instabilidades econômicas experimentadas pelo Brasil ao longo dos anos de sua construção.
A usina hidrelétrica de Laranjeiras, localizada no rio Paranhana e não concluída, seria a terceira etapa do Sistema Salto, também utilizando águas desviadas do rio Santa Maria. Atualmente, a legislação ambiental brasileira impõe muitos obstáculos à aprovação de projetos desse tipo, com transposição de águas entre bacias hidrográficas. O projeto original considerou a construção de um canal com 5.900 metros de extensão, aproveitando uma altura total de cerca de 100 metros. O projeto original previa cerca de 7,5 MW, com canal e tubulação projetados para até 10 m³/s.
De acordo com a classificação climática de Koppen, a região apresenta dois tipos climáticos: Cfa (mesotérmico, subtropical úmido sem estação seca, temperatura média mínima de 18˚C e máxima de 22˚C) e Cfb (mesotérmico, temperado úmido, 22˚C) . As precipitações são bem distribuídas ao longo do ano, com média de 2310 mm para uma estação localizada na porção superior da bacia do rio Paranhana e 1401 mm em uma posição na porção inferior da bacia. As temperaturas médias na região são respectivamente de 19,4˚C e 14,4˚C nessas duas regiões, com umidade relativa de 80%, com pouca variação.
Uma revisão do projeto original da Usina Hidrelétrica de Laranjeiras (CEEE, 1970) determinou duas possíveis soluções: a implantação de uma usina hidrelétrica visando a operação como usina de base e outra considerando a operação em horários de pico. Essas duas soluções previam um canal com 5900 metros de extensão, um conduto forçado com cerca de 500 metros de comprimento, para uma queda de 100 m e uma casa de máquinas restituindo águas ao rio Paranhana. Os artigos de Vasco et al. (2019a, 2019b) sugerem uma usina hidrelétrica com uma nova concepção, com uma casa de máquinas localizada perto da base da barragem, fornecendo suprimentos menores de energia.
Referências
CEEE, Companhia Estadual de Energia Elétrica (1970) Revisão do projeto da Usina Hidrelétrica de Laranjeiras. ELC, Eletroconsult, São Paulo.
Vasco, G. Silva J.S. Beluco, A. Rossini, E.G. Souza, J. (2019) A hydro PV hybrid system as a new concept for an abandoned dam in southern Brazil. Computational Water, Energy and Environmental Engineering, v.8, n.2, p.41-56.
DOI: 10.4236/cweee.2019.82003.
Vasco, G. Silva J.S. Canales, F.A. Beluco, A. Rossini, E.G. Souza, J. (2019) A hydro PV hybrid system for the Laranjeiras dam (in southern Brazil) operating with storage capacity in the water reservoir. Smart Grid and Renewable Energy, v.10, n.4, p.83-97.
DOI: 10.4236/sgre.2019.104006.